Alguns críticos da evolução, na busca desesperada por argumentos favoráveis à teoria do “design inteligente” (termo que procura esconder covardemente a defesa do criacionismo, e dar roupagem científica ao misticismo puro. Algumas escolas já ensinam isso nas aulas de ciências...Eu particularmente respeito mais aqueles que defendem abertamente suas idéias místicas...), e também por não procurarem entender os mecanismos da evolução, levantam corriqueiramente questões “controversas” sobre a Teoria. Alguns desses argumentos nós já comentamos, como dizer tratar-se apenas de uma “teoria” (suposição), ou então dizer que não existem fósseis que preenchem as lacunas dos registros entre as espécies (Michael Shermer, citado por Dawkins, disse certa vez que quando surge um fóssil para ocupar o meio de uma lacuna, os criacionistas declaram que agora há o dobro de lacunas! rsrs – e na verdade “eles” deveriam apresentar um fóssil (apenas um seria suficiente!) que contrariasse a evolução...).
Mas os críticos gostam mesmo é de associar esse mecanismo simples e eficaz com o “acaso”. Quem nunca ouviu alguém dizer: “Como acreditar numa teoria que afirma a vida ter surgido por acaso?”. Dois equívocos na mesma frase, já que a evolução não trata do surgimento da vida, mas sim de como, após “surgida”, produziu toda a diversidade existente. “Como algo complexo, como o olho humano, pode ter surgido por obra da sorte??”, completam. Realmente, impossível acreditar que qualquer órgão complexo tenha sido obra da sorte. Nenhum cientista acredita nisso. A seleção natural explica como eles surgiram. E, melhor ainda, explica os absurdos “erros” e “defeitos” encontrados aos montes na natureza, e não foram por obra do “azar” (pra não falar num “designer estúpido”).
Essa associação com o acaso se origina no fato de que a matéria-prima utilizada pela seleção natural vem prioritariamente das mutações, que realmente ocorrem de forma totalmente aleatória (e a participação do acaso termina aqui). E também porque a maioria dos leigos imagina que um olho, por exemplo, seja um órgão de “complexidade irredutível”, ou seja, só possa existir completo, na sua forma atual, e que surgiu num grande salto evolutivo, quando repentinamente um organismo “desolhado” gerou filhos com olhos completos e funcionais.
A verdade é o oposto disso. O poder da seleção natural está justamente nas alterações cumulativas, passo a passo. A teoria nunca postulou o surgimento de nada de forma repentina. As chances de uma macromutação produzir algo “vantajoso” para o organismo são ridiculamente pequenas, até hoje nunca observada.
(isso é fácil de entender, até de forma intuitiva. Se já temos um mecanismo bem ajustado (e na natureza, se está vivo e se reproduzindo, é bem ajustado) qual seria a chance de uma grande reviravolta torná-lo melhor? É óbvio que são praticamente nulas...as grandes mutações produzem aberrações, que por sorte não deixam descendentes e desaparecem...veja o pato de três pernas aí ao lado...)
Mas podemos facilmente entender que um “proto-olho” rudimentar, que apenas perceba tons e sombras, como o dos platelmintos, é muito melhor que a cegueira. Uma “aba” entre seu braço e abdômen pode te ajudar a planar entre as árvores (como encontrado em muitos animais atuais, como rãs, esquilos (foto abaixo) e até serpentes) e escapar de predadores, ou evitar um tombo fatal, apesar de ainda não ser uma asa. Podemos imaginar qualquer 10% de característica como melhor que nada.
Citando Dawkins, “os criacionistas tem razão em dizer que, se a complexidade irredutível puder ser adequadamente demonstrada, isso arruinará a teoria de Darwin. O próprio Darwin disse: “Se fosse demonstrado que qualquer órgão complexo não pudesse ter sido formado por numerosas, sucessivas e pequenas modificações, minha teoria absolutamente ruiria. Mas não consigo encontrar nenhum caso assim.” Darwin não conseguiu encontrar nenhum caso assim, nem ninguém desde os tempos de Darwin, apesar dos esforços extenuantes, desesperados mesmo. Muitos candidatos a esse santo graal do criacionismo já foram sugeridos. Nenhum resistiu a análise.”
Portanto, a diversidade de espécies e órgãos não surge por acaso, mas é fruto de pequenas alterações que vão se acumulando, e só se acumulam em função da sobrevivência não-aleatória (só os mais adaptados passam na “peneira” da seleção natural, e isso é o oposto de sorte...).
Para finalizar essa série, é importante frisar um ponto que pode passar despercebido por alguns: se você acredita que nada complexo pode surgir sem um projetista, a explicação para a existência da vida seria um ser sobrenatural? Mas um ser que cria do nada todo o universo, não seria ele mesmo muito complexo? Ele pôde surgir por "acaso"? Você tem um argumento que só muda a pergunta de lugar e quer ensinar isso em aulas de ciências??
Mas os críticos gostam mesmo é de associar esse mecanismo simples e eficaz com o “acaso”. Quem nunca ouviu alguém dizer: “Como acreditar numa teoria que afirma a vida ter surgido por acaso?”. Dois equívocos na mesma frase, já que a evolução não trata do surgimento da vida, mas sim de como, após “surgida”, produziu toda a diversidade existente. “Como algo complexo, como o olho humano, pode ter surgido por obra da sorte??”, completam. Realmente, impossível acreditar que qualquer órgão complexo tenha sido obra da sorte. Nenhum cientista acredita nisso. A seleção natural explica como eles surgiram. E, melhor ainda, explica os absurdos “erros” e “defeitos” encontrados aos montes na natureza, e não foram por obra do “azar” (pra não falar num “designer estúpido”).
Essa associação com o acaso se origina no fato de que a matéria-prima utilizada pela seleção natural vem prioritariamente das mutações, que realmente ocorrem de forma totalmente aleatória (e a participação do acaso termina aqui). E também porque a maioria dos leigos imagina que um olho, por exemplo, seja um órgão de “complexidade irredutível”, ou seja, só possa existir completo, na sua forma atual, e que surgiu num grande salto evolutivo, quando repentinamente um organismo “desolhado” gerou filhos com olhos completos e funcionais.
A verdade é o oposto disso. O poder da seleção natural está justamente nas alterações cumulativas, passo a passo. A teoria nunca postulou o surgimento de nada de forma repentina. As chances de uma macromutação produzir algo “vantajoso” para o organismo são ridiculamente pequenas, até hoje nunca observada.
(isso é fácil de entender, até de forma intuitiva. Se já temos um mecanismo bem ajustado (e na natureza, se está vivo e se reproduzindo, é bem ajustado) qual seria a chance de uma grande reviravolta torná-lo melhor? É óbvio que são praticamente nulas...as grandes mutações produzem aberrações, que por sorte não deixam descendentes e desaparecem...veja o pato de três pernas aí ao lado...)
Mas podemos facilmente entender que um “proto-olho” rudimentar, que apenas perceba tons e sombras, como o dos platelmintos, é muito melhor que a cegueira. Uma “aba” entre seu braço e abdômen pode te ajudar a planar entre as árvores (como encontrado em muitos animais atuais, como rãs, esquilos (foto abaixo) e até serpentes) e escapar de predadores, ou evitar um tombo fatal, apesar de ainda não ser uma asa. Podemos imaginar qualquer 10% de característica como melhor que nada.
Citando Dawkins, “os criacionistas tem razão em dizer que, se a complexidade irredutível puder ser adequadamente demonstrada, isso arruinará a teoria de Darwin. O próprio Darwin disse: “Se fosse demonstrado que qualquer órgão complexo não pudesse ter sido formado por numerosas, sucessivas e pequenas modificações, minha teoria absolutamente ruiria. Mas não consigo encontrar nenhum caso assim.” Darwin não conseguiu encontrar nenhum caso assim, nem ninguém desde os tempos de Darwin, apesar dos esforços extenuantes, desesperados mesmo. Muitos candidatos a esse santo graal do criacionismo já foram sugeridos. Nenhum resistiu a análise.”
Portanto, a diversidade de espécies e órgãos não surge por acaso, mas é fruto de pequenas alterações que vão se acumulando, e só se acumulam em função da sobrevivência não-aleatória (só os mais adaptados passam na “peneira” da seleção natural, e isso é o oposto de sorte...).
Para finalizar essa série, é importante frisar um ponto que pode passar despercebido por alguns: se você acredita que nada complexo pode surgir sem um projetista, a explicação para a existência da vida seria um ser sobrenatural? Mas um ser que cria do nada todo o universo, não seria ele mesmo muito complexo? Ele pôde surgir por "acaso"? Você tem um argumento que só muda a pergunta de lugar e quer ensinar isso em aulas de ciências??
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