terça-feira, 3 de março de 2009

Assombroso e incompreendido...Parte VI

Tudo bem, as pessoas ainda podem não estar convencidas, apesar de milhares de fósseis animais e vegetais apontando na mesma direção. Mas não é só de fósseis que vive a genialidade de Darwin...podemos comparar anatomicamente as espécies e verificar se os primos mais próximos são mais parecidos entre si do que os mais distantes...
Olhem as figuras dos fetos ao lado e dos ossos aí abaixo...O fato do início do desenvolvimento embrionário de seres tão diferentes como cães, tartarugas, etc, ser tão similar, não indica a existência de antepassados comuns? E nossos ossos comparados com os de gatos, baleias e morcegos? Qual poderia ser a outra explicação? Falta de imaginação (ou preguiça) de um Designer Inteligente?
Isso sem falar em estruturas vestigiais (sobras atualmente inúteis de estruturas antigas...), como o cóccix (início da cauda de primatas) e o dente do siso nos humanos...

(alguns peixes de cavernas profundas ainda possuem olhos, totalmente cegos...me pergunto porque um “projetista inteligente” daria olhos a criaturas que vivem na escuridão...vai ver que cometeram algum pecado – fornicaram com a peixa do próximo - e foram condenados a viver nas profundezas).

Se lembrarmos que ninguém à época de Darwin tinha a menor idéia de como as características eram transmitidas, podemos imaginar a expectativa gerada pelo entendimento desse mecanismo em toda a comunidade científica (e religiosa...). Estava ali algo com enorme potencial para destruir a teoria, ou então comprová-la definitivamente. Como já falado, o DNA dos pais é transmitido aos descendentes através das células sexuais (no caso de organismos de reprodução sexuada). E essa molécula é formada por sequencias ordenadas de nucleotídeos (ver esquema abaixo), que por sua vez definem a construção de proteínas. Quando ocorrem erros de cópia (mutações), essa sequencia se altera, levando a alterações nas proteínas (podem deixar de “ligar” uma proteína, por exemplo). Todas as alterações favoráveis, bem como as neutras (sem efeito algum), são encontradas nas futuras gerações. Dessa forma, o DNA de um organismo atual contém o registro de todas as alterações ocorridas no passado, inclusive as alterações responsáveis pelas adaptações. Se compararmos as sequencias de nucleotídeos dos DNA´s de duas espécies, podemos mapear todas as alterações ocorridas desde quando essas espécies possuíam um ancestral comum. DNA´s com poucas diferenças devem possuir um ancestral mais recente que DNA´s com grandes diferenças. Quando comparamos o DNA humano com o DNA de chipanzés, ratos, galinhas, peixes, insetos, vermes, plantas e bactérias, descobrimos um aumento na variação das sequencias de nucleotídeos, nessa ordem (somos mais parecidos com macacos que com orquídeas (que surpresa!)). Mas existem trechos de DNA semelhantes mesmo entre humanos e bactérias (são essas semelhanças que permitem hoje estudos em organismos muito diferentes de nós, como moscas, por exemplo, antes de se partir para testes em humanos, já que ambos possuem proteínas que realizam tarefas idênticas...). É através da comparação do DNA humano com o de outros mamíferos que hoje sabemos que o ancestral comum entre o homem e o chimpanzé viveu entre 6 e 7 milhões de anos atrás onde hoje é a África. Para nosso azar, várias espécies descendentes desse ancestral comum foram extintas, e por isso não temos em nossos zoológicos os indivíduos intermediários entre nós e os macacos atuais (vários macacos bípedes existiram, como os Australopithecus, que surgiram por volta de 4 milhões de anos atrás). É por essas e outras que o desenvolvimento da Engenharia Genética sepultou as expectativas dos adversários de Darwin.
Pra finalizar essa série básica sobre a Evolução, só falta falar um pouco sobre as maiores falácias, os pontos que geram maiores "falsas interpretações"...

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