quarta-feira, 29 de abril de 2009

Camaleões...

Não consigo pensar em nada mais fascinante na natureza do que os animais miméticos. Assistam esse vídeo (link abaixo) e tenho certeza que irão concordar comigo. Imaginar que essa capacidade foi evoluindo em passos lentos, uma melhoriazinha de cada vez, a cada milhares de anos (no caso das sépias (parentes das lulas) do filme, 15 milhões de anos no total), até chegar nessa capacidade espantosa. Isso porque o mimetismo traz vantagens óbvias aos animais, tanto para se manterem escondidos dos predadores, quanto na hora de surpreender suas presas. Se camuflam melhor, por isso vivem mais, reproduzem mais, os gens que melhoram a camuflagem seguem em frente...Alguns tipos de mimetismo já são bastante impressionantes, como a raposa que muda a cor da pelagem em épocas diferentes do ano (foto acima), bem branca no inverno pra mimetizar a neve, e mais escura no verão, ou o bicho-pau, ou as mariposas que com as asas abertas parecem corujas. É interessante o caso da zebra, já que quando correm juntas (e elas sempre fazem isso...) a massa de listras parecem aos felinos como uma coisa só, e não como animais individuais, e isso os atrapalha. Mas nada se compara aos animais marinhos que se adaptam instantâneamente ao ambiente, como mostra o filme. É assombroso ou não é? Eles conseguem isso porque possuem umas células especiais sob a epiderme, chamadas cromatóforos, contendo pigmentos de cores diferentes, todas ligadas à musculos. E aí o animal dilata essas células que contém a cor que ele deseja (verde, por exemplo) e contrai as demais, ficando verde. Quando percebe que o fundo mudou, outros músculos são acionados, dilatando e contraindo cromatóforos diferentes, e criando a camuflagem. Mas os cientistas ainda não compreenderam totalmente o mecanismo, já que os olhos das sépias não distinguem cores (!). E por que desenvolveram essa capacidade? Porque não desenvolveram couraças ou capas duras, ou seja, são extremamente “apetitosos”, comestíveis, ao contrário de outros animais marinhos. Os animais apetitosos que não desenvolveram armas desse tipo, foram extintos...Ao final do filme, os pesquisadores colocam a sépia sobre um fundo listrado, algo que não existe na natureza, e o bicho fica todo “confuso”, chegando a usar os “braços” para imitar as listras.


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